Dando sequência à roda de conversas sobre yoga, desta vez fizemos uma conversa sobre nossa experiência com a prática de meditação e como ela se integra com as nossas vidas até o momento.
Como tentamos deixar claro na conversa, “meditação” é um termo que se refere a um conjunto muito amplo de práticas, que podem ser feitas no contexto de muitos caminhos diferentes. Na tradição budista, com a qual somos um pouco mais familiarizados, a meditação é parte de um caminho desenhado para revelar as qualidades mais profundas de nossa mente, que já estão sempre presentes. Nesse caminho, práticas formais de meditação (sobretudo aquelas que buscam desenvolver concentração, ou “samadhi”) são antecedidas pela fundação da ética (a maneira pela qual nos relacionamos com o mundo) e culminam com um refinamento da sabedoria.
Assim, no nosso papo, buscamos conversar um pouco sobre como a prática da meditação, qualquer que seja a técnica aplicada, é inseparável do contexto no qual ela é feita. Dependendo de qual é a nossa motivação, meditar produzirá diferentes resultados. Falamos também das diferenças entre as práticas: aquelas que buscam ampliar relaxamento e concentração; as práticas do coração, com as quais reconhecemos a inseparabilidade entre nós e todos os seres; as maneiras pelas quais é possível estar presente com as sensações de maneira mais direta no cotidiano; as formas pelas quais podemos acolher sensações aflitivas e utilizá-las para gerar compaixão e sabedoria; e refletimos sobre o papel da visão na prática.
É uma conversa pé no chão. Obviamente, não somos nem estamos emulando mestres com realização, e se a conversa te estimular a entrar em contato com eles e elas, em quaisquer que sejam suas tradições, terá valido muito a pena. Mas, mais humildemente, é nosso desejo que todas as pessoas possam refinar sua escuta interna, sua escuta externa, sua escuta da inseparabilidade entre dentro e fora. Se você também vê valor nisso, puxa uma cadeira – ou um zafu – e vem escutar a gente!
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Indicações
Para saber sobre meditação, ver:
– Alan Wallace, A Revolução da Atenção
– Alan Wallace, As Quatro Incomensuráveis: Práticas para abrir o coração
– Chögyam Trungpa, Meditação na Ação
– Lama Padma Samten, Meditando a Vida
Os dois primeiros enfatizam as instruções práticas de meditação. A Revolução da Atenção foca em todo o caminho de shamata, uma técnica por meio da qual a mente expressa suas qualidades naturais de relaxamento, estabilidade e vivacidade. As Quatro Incomensuráveis trata de práticas para que a mente expressa suas qualidades naturais de amor, compaixão, alegria e equanimidade.
Os dois últimos têm instruções de prática, mas enfatizam sua integração com a vida, tanto em relação à ética quanto em relação à visão.
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