Martin Luther King e Thich Nhat Hanh são duas importantes figuras na promoção da transformação social por meios não-violentos. O primeiro atuou no movimento dos direitos civis nos Estados Unidos; o segundo se opôs à Guerra do Vietnã, fundou a Escola de Jovens para o Serviço Social e promoveu o budismo engajado durante décadas. O encontro deles é superficialmente conhecido nos meios budistas, mas a profundidade dessa conexão foi menos explorada até o momento.
Marc Andrus, bispo anglicano da Diocese Episcopal da Califórnia intensamente engajado em questões de justiça social e climática, nos fornece um livro que modifica esse cenário: trata-se de Brothers in the Beloved Community: The Friendship of Thich Nhat Hanh and Martin Luther King, Jr. (Irmãos da Comunidade Amada: A Amizade de Thich Nhat Hanh e Martin Luther King Jr.).
No livro, Andrus leva a sério duas afirmações feitas por Thich Nhat Hanh em 2014: a de, quando soube do assassinato de Luther King, ter feito o voto de continuar construindo a “Comunidade Amada” aspirada por King; e a de sempre ter sentido o seu apoio. O livro reflete sobre e elucida a natureza destas afirmações.
O resultado é uma bela meditação sobre como e por que nutrir a “Comunidade Amada”. Foi esse o tema da entrevista com o bispo Marc. E a falta de comunidade, sobretudo comunidades unidas pelo laço do amor, tanto na vida cotidiana quanto na capacidade dos nossos sistemas de pensamento de reconhecer interdependência, não está na raiz de tantos problemas da contemporaneidade?
Mais informações:
Para adquirir o livro de Andrus, Brothers in the Beloved Community.
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