Seres de todos os reinos, este é o Coemergência em sua edição #44 e o tema da vez é a polícia, abordada a partir da perspectiva “de dentro”. De que maneira um contexto de tanto estresse afeta a saúde mental das pessoas envolvidas, e com quais impactos para eles mesmos e para as demais pessoas, incluindo a população? Como reduzir os danos sem que isso vire uma forma de apenas atenuar problema estruturais mais graves? Quais poderiam ser algumas chaves para isso?
Sabemos que o assunto é complexo e polêmico, ainda mais aqui no Brasil. A polícia brasileira é a que mais mata e mais morre no mundo todo. Em 2019, ao menos, 5.804 pessoas foram mortas por policiais. Na outra ponta, as taxas de assassinato e de suicídio de policiais brasileiros só aumentaram. Esse cenário fica ainda mais complexo quando levamos em conta que no Brasil não há uma única polícia. Temos pelo menos três esferas (Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Federal) com atribuições distintas…
Difícil saber por onde começar o papo, não? Mas somos o Coemegência, então nada mais justo do que tentar entender tanto o mundo interno de quem experimenta esse ofício quanto o mundo externo do próprio ofício. É isso o que quisemos explorar nesse episódio, além de tentarmos descobrir alguns dos fios condutores de tanto sofrimento e violência.
Nosso convidado de hoje, Frederick Leslie, é agente da Polícia Federal desde 2006. E mais do que isso, Fred também é professor do programa Cultivando Equilíbrio Emocional e, nos últimos anos, tem levado estes conhecimentos para dentro da PF e trabalhado-os com os policiais que vivem o seu dia-a-dia.
Importantíssimo, não? Parece que sim, mas para termos certeza disso, recebemos o Fred pra contar como tem sido essa experiência. Além de ser um agente e professor, Fred também tem uma visão crítica refinada a respeito das policias, integra o coletivo “policiais antifascistas”, e conversou com a gente sobre o que acredita que está errado e o que poderia melhorar nas forças de segurança brasileiras.
Para além do que foi discutido no episódio, é bom lembrar que as conversas são sempre abertas e que, ao discutir algumas facetas de um assunto, sempre várias outras ficam de fora. Se isso vale até mesmo pra questões simples, vale mais ainda para temas tão complicados quanto aqueles sobre como uma comunidade pode garantir sua segurança, sobre como garantir que isso seja feito sem produzir ainda mais violência e sobre a possibilidade até mesmo de que tarefas como a investigação, prevenção e solução da violência sejam feitas por outros meios que não a instituição polícia como a conhecemos.
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